Alê Flávio

"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Das duas, uma. Ou as duas. Ou nenhuma.

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Dia desses eu tava pensando na dificuldade de manter uma rotina aqui e acho que, a princípio, consegui isolar pelo menos dois motivos iniciais:

  1. Sensação de que eu escrevo, compartilho e, virtualmente, ninguém lê (o que me faz me sentir meio idiota)
  2. Dada a minha atual leitura de mundo, há uma chance de 98.7% do que eu escrever aqui ofender alguém que possivelmente vai ler e tá vivendo em Nárnia (ou fingindo que os problemas da sociedade não são com ele)

A segunda razão me importa um pouco menos porque talvez ela, no fim, acabe me ajudando a definir quem eu quero por perto (e, sinceramente, ajudando terceiros a perceber que talvez não me queiram por perto). Mas tenho planos pra voltar nesse tópico em breve.

Já a primeira me pega muito, parte por um narcisismo que levei uns 30 anos pra admitir que eu tenho, parte porque a razão de ser de um texto é ser lido.

Lembro-me, quando eu era jovem e (mais) pedante, no meu primeiro ano de faculdade, de uma discussão a caminho do bar (🤷🏻‍♂️) que tive com um colega de sala (o Cossina, pra quem estudou comigo) em que ele falava justamente sobre um livro que ninguém leu ser inútil, não ser arte; sobre “algo só se tornar arte quando apresentado ao mundo”. Eu, então no auge dos meus 20 anos, bradava que isso não fazia o menor sentido; “que um livro ou quadro que ninguém sabe que existe também é arte”, afinal um coitado pois seu suor e sangue na sua criação!

Olha só como são as coisas.

Vinte anos depois, talvez eu ainda defenda que a arte é arte por si só, mesmo se feita somente pra si mesmo. No entanto, tendo a ser mais flexível e concordar que se algo não é de conhecimento de terceiros, não pode ser apreciado, absorvido, criticado e interpretado não é, per se, arte – é só uma coisa.

Acho que meu ponto é: se vocês lêem as bobagens que eu escrevo aqui e acharem alguma coisa sobre me contem. Ou me xinguem, sei lá.

Eu só quero escrever até o mundo acabar.

E depois.

Hasta pronto.  

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Tudo e nada

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Esses dias, revirando meus arquivos no Google Drive, achei uma letra de música que escrevi na época da ETE (provavelmente em 2001). Talvez tenha sido o “auge” da minha verborragia progressiva, em que todas as minhas letras (a maioria em inglês) eram propositalmente longas e pretensiosas.

Escrevi muita bobagem, sobretudo quando tentava imitar as bandas que eu gostava ou me aventurar por temáticas que, obviamente, eu não dominava.

Mas havia coisas boas, tipo essa que eu achei. Um tema atual, interessante, longo (9 partes, 7 páginas) que parece ter sido escrito, sei lá, semana passada e que já retratava um Alê que tinha muitas questões pra resolver com um mundo barulhento, cheio de gente e paradoxalmente solitário.

Eu cansei de dizer isso aqui, mas tem um furacão de coisas diariamente nessa cabeça grisalha aqui e eu só queria colocá-las pra fora.

Vai rolar. Sempre rola.

Não desistam de mim.

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Nota antes de dormir

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Teve uma época em que qualquer canto de papel, guardanapo ou folha velha tinha coisa escrita minha. Uma época em que nas folhas do meu fichário eu colecionava letras e mais letras de música, composições próprias que, simplesmente, brotavam.

Hoje, mal consigo escrever meu nome.

É triste pensar que algo que sempre foi parte de mim parece ter adormecido e não há despertador que acorde.

Minha cabeça, hoje, é um cemitério de ideias e vontades.

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