"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Categoria: Opinião (Page 3 of 4)

A bifurcação

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Yes, there are two paths you can go by
But in the long run
There’s still time to change the road you’re on

Chega uma hora na vida em que a gente precisa decidir entre fazer o que gosta e fazer o que precisa. Ambas as escolhas são válidas e, basicamente, dependem de como você enxerga a sua vida, o seu futuro.

O problema é que quando a gente chega nessa bifurcação a tendência é a gente travar, sobretudo quando percebe que não quer fazer o que precisa, mas sim, o que gosta, o que é apaixonado. Ok, esse é um tema delicado e muito “aberto”, mas tentarei expor o meu lado.

Esqueçam as pessoas que trabalham com o que gostam de verdade e são felizes (eu as invejo, de maneira boa, mas invejo!). O alvo do meu texto não são elas – são aquelas que, como eu, hoje têm uma carreira profissional consolidada em alguma área, mas, no fundo, a paixão reside em outras bandas.

O que fazer? Investir em cursos, pós e afins na chamada “área de atuação”, para ser diferente no mercado e sempre ser lembrado pelas empresas, por promoções e, consequentemente ter um salário sempre crescendo exponencialmente, ou investir na felicidade própria, correndo o “risco” de ter seu salário, de certa forma, estagnado (e sua “carreira” também)?

Ambos os caminhos são válidos e, basicamente, dependem, de novo, do que você julga ser importante pra sua vida. No fundo a escolha é entre estabilidade financeira e estabilidade emocional, penso eu.

Mas… há um equilíbrio possível, não há?

Claro que há. O problema é que hoje nós fazemos parte de uma sociedade que nos empurra em busca do sucesso e do “glamour” profissional; hoje, na minha modesta e humilde opinião, cada vez mais há pessoas que estão muito mais preocupadas com o cargo em seu crachá do que com a paz no seu coração. E há muito mais pessoas dispostas a “comer nossa mente ” (CÁRDENAS, Ulises) e nos convencer de que o certo é ser financeiramente bem-sucedido.

Eu sou um cara utópico. Eu sempre fui utópico. Por isso, talvez, volta-e-meia eu faça merda; e eu sempre estive nessa bifurcação, esperando o vento soprar me dando a dica pra onde eu devia seguir.

Cá estou eu novamente – e acho que, pela primeira vez, eu sei pra onde devo ir.

Abraços

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Das diferenças entre estar empregado e trabalhar

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Eu tenho reparado que há uma galera no mercado de trabalho que olha pro emprego como a nossa geração (1985 pra trás) olhava pra educação física no colégio: ela fazia parte da grade, você tinha que freqüentar mas a discussão que dominava sempre era “eu faço se eu quiser” ou, ainda, “se não for futebol, vou ficar de boas“.

Acho que isso constitui uma metáfora perfeita do mercado de trabalho atual. Você vê pessoas que enxergam o emprego apenas como um provedor de dinheiro a quem você não deve obrigações: você é contratado, eles te pagam mas você só trabalha se você tiver afim no dia – e falo isso com exemplos extremamente próximos a mim.

Eu sempre costumo dizer que você não está fazendo um favor pra empresa trabalhando lá e, por mais burguês-capitalista-comedor-de-bigmac-que-dorme-de-meia que isso possa soar pra alguns, você precisa da empresa muito mais que ela precisa de você, individualmente. É triste, mas é assim, queridão.

Ninguém é obrigado a gostar de trabalhar, afinal, combinemos, é um puta pé no saco; mas a partir do momento que uma empresa te contrata ela está te dando uma oportunidade e se comprometendo com você, além de, claro, acreditar que você pode ajudá-la a ganhar mais dinheiro ainda – não sejamos hipócritas. E não adianta ficar revoltado: assim como você gosta de tv a cabo ou de um tênis transado (ok, exagerei no termo aqui, mas foi incontrolável), a empresa também gosta de rechear seus cofres com muita dinheirinha.

Vejam: não estou dizendo que todos têm que trabalhar com cabeças baixa, marchando em uníssono e sem contestar nada (alguém falou The Wall?), mas eu aprendi que o mínimo que a gente deve pra uma empresa quando ela nos contrata  (e pra outras muitas coisas, mas o tópico aqui é trampo, meu) é retribuir a confiança e o comprometimento que eles tiveram conosco.

Em tempo: meus queridos irmãos Henrique e Eduardo, leiam esse texto com carinho. 😀

Abraços

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Geração Biotônico na boca e comida no prato

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Eu não sou de escrever textos relativos ao meu trabalho – ou melhor, relativos ao meu meio de trabalho -, porque já deu muita merda no passado. De qualquer maneira, de alguns meses pra cá, venho observando algumas coisas, algumas tendências um tanto quanto preocupantes e gostaria de compartilhar com vocês. Afinal, possivelmente não é só no meu meio profissional que isso acontece…

Vamos lá.

Sabe aquele adolescente que, mesmo com 15 anos nas costas, ainda tinha a comidinha no prato, colherzinha de Biotônico Fontoura na boca, Trakinas na compra do mês e Passatempo de lanche da escola? Então, ele cresceu e hoje pode ser um gestor em alguma empresa. Tecnicamente, isso não é um problema, já que a adolescência é aquela fase obscura da sua vida e todos – teoricamente – amadurecemos um dia. O problema são os que não amadurecem…

O que acontece? Bom, eles continuam achando que é só ficar sentadinho-com-perninha-de-índio e esperar que as coisas vão acontecer da maneira que lhes melhor convém. E isso é uma grande porcaria.

Tenho reparado cada vez mais em profissionais de cargos importantes e com poder de decisão que fazem cagada em cima de cagada e o motivo pra esse Rio Amazonas de merda é sempre o mesmo: eles acham que alguém vai aparecer – sua vó profissional, por assim dizer – e vai resolver tudo por eles. São pessoas que prometem coisas, se comprometem a entregar projetos sem saber se vão poder fazê-lo e, ao perceber que não será possível, fazem bico, deitam no chão do supermercado e esperam a tal vó profissional se apiedar deles e arrumar um óleo de fígado de rícino pra resolver a bucha.

É surreal.

Eu não sou nenhum sociólogo, filósofo ou psicólogo, mas é preciso entender em que parte da formação dessa molecada (que não é mais molecada, ao menos, por fora) esses “valores” estão deixando de ser corretamente enfiados na cabeça deles.

E não culpem a internet, a Globo, a Nike, o McDonalds, o Assassin’s Creed…

É isso.

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