"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

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Nem Machado, nem medíocre

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Essa coisa que escrever frequentemente traz um desafio interessante pra mim além da frequência em si: não pensar muito pra escrever. Eu nunca me achei nenhuma espécie de gênio da escrita, mas também nunca quis ser ordinário e, por essa razão, as ideias ficavam (ficam) cozinhando na minha cabeça até queimarem.

Existe uma (grande) parte de mim que sempre tratou a escrita quase como uma espécie de ofício transcendente em que não se podem desperdiçar palavras. Isto é, se for pra escrever que seja digno de ser anunciado com trombetas pelos arcanjos de Deus e tal.

Suave, né? Agora tenta imaginar minha cabeça. Pois é.

Dentro dela é barulhento e eu sempre consegui colocar um mínimo de ordem – porque calar jamais consegui – escrevendo. Foram (ou são?) várias fases: de poesias cuidadosamente metrificadas no ensino fundamental, passando por letras complexas, pretensiosas e em inglês de rock progressivo no ensino médio até chegar em posts sem pé nem cabeça inúmeros blogs, contos concluídos ou pela metade, projeto de livros e a lista segue.

Em comum nisso tudo sempre essa relação com uma inspiração que vem do além e me faz escrever. Pra mim meus escritores preferidos sempre tiveram uma espécie de dom sobrenatural pra colocar as coisas no papel; talvez alguns até tivessem mesmo, mas eu sempre subestimei a coisa do sentar a bunda na cadeira e escrever, reescrever, escrever, reescrever etc etc.

Quem sabe essa novo hábito num manda o Alê perfeccionista pra casa do caralho e liberta todas as outras vozes que sussurram aqui dentro?

Veremos.

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Próxima estação, brisa de Terça

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Eu tenho uma relação esquisita com metrôs. Sempre que eu viajo (a trabalho ou a lazer) eu sempre prefiro usar o metrô local pra fazer as coisas. Aqui em São Paulo ele não é exatamente um primor de serviço (aliás, bem longe disso), mas eu realmente gosto da sensação de me deslocar por baixo da cidade.

Existe, pra mim, uma mística e uma mágica nesse meio de transporte que eu num sei bem como explicar. Primeiro que eu já acho muito doido o fato de ter um treco que se locomove embaixo da cidade (quando não EMBAIXO DO RIO) levando milhares de pessoas pra lá e pra cá.

Metrô de Buenos Aires (foto: Alê Flávio)

Depois que, na minha opinião, nenhum outro tipo de transporte concentra tanta gente diferente, em um mesmo local, por tanto tempo e te dá a oportunidade de observar uma versão em menor escala da sociedade. Um vagão é um pequeno Estado, vivo, real, fascinante; é possível aprender todo tipo de coisa só de passar alguns minutos observando a vida acontecer naquele micro-cosmo – e é, também, possível se reconhecer.

Todo mundo é igual dentro do metrô, ou pelo menos deveria ser. Ele não anda mais rápido porque o engravatadinho tá atrasado e também não para fora do ponto pra dona bonita entrar. Parafraseando o Gandalf n’A Sociedade do Anel: “um metrô nunca está atrasado. Ele chega precisamente quando deseja chegar1. Tá, talvez eu tenha exagerado nesse final.

O metrô percorre um trajeto que, via de regra, só uma catástrofe o faz desviar; é a representação material do Destino (se é que existe tal coisa), em que algo sai de um lugar e chega em outro pré-determinado.

Metrô é legal demais.

Abraços

1. Curiosidade: no filme, porque essa frase não está no livro.

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E se eu tivesse um blog?

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Depois do que foi um final de semana sofrido e, em certa medida, desesperador me peguei pensando várias coisas. Como você já deve ter lido em milhares de postagens aqui, eu penso.

O. Tempo. Todo.

Frequentemente falo da minha dificuldade pra trazer isso pro mundo (por um sem-fim de razões que não cabem aqui). Hoje, a Bru me fez uma pergunta sobre escrever que não só foi interessante como ficou fermentando em algum lugar do inconsciente até a hora da minha terapia.

Aí eu queria tentar uma coisa. Ou tentar mais uma coisa, porque, de novo, se você acompanha este quase defunto espaço eu vivo tentando coisas.

Vou passar a escrever todo dia, à noite, possivelmente entre 22h e 23h (sim, precisa ser metódico assim porque já entendi que é assim que o Alê de quase 40 anos minimamente funciona) pra ver se as engrenagens enferrujadas da minha cabeça destravam.

Alguns textos virão pra cá, outros não. Alguns textos serão bons, outros não. Alguns textos serão coerentes, outros não.

Eu só quero que haja textos.

Veremos.

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