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Faz um tempo que eu num apareço por aqui. Tenho ficado mais no meu caderno ou, o que é pior, dentro da minha cabeça.

Eu sempre digo que escrever me ajuda a ventilar e, sobretudo, a colocar as coisas em perspectiva. É piegas, mas é verdade. Mas colocar as coisas em perspectiva é, em alguns casos, se dar conta do caminho à frente.

E nem sempre o caminho à frente é uma estradinha de tijolos amarelos.

Aí a gente num coloca nada em perspectiva e deixa as vozes da cabeça (obrigado por esse episódio, Cris!) falando cada vez mais alto. E as vozes da nossa cabeça não falam necessariamente o que a gente quer ouvir né. Daí, caos, dedo no cu e gritaria – e haja dipirona.

A vida é um negócio bem complexo. Não, sério, é BEM complexo. A gente tende a simplificar pra conseguir lidar com ela, mas no geral é um troço muito sem sentido. A gente (eu incluso pra caralho) romantiza muito com essa coisa de “não, as coisas são simples, a gente que complica“, mas na verdade eu acho que é o contrário, viu.

Acho que só quando a gente aceita que as coisas são complexas e que, por mais que você tenha toda a vontade do mundo pra direcioná-las pra uma resolução que ajude aquele bolo de angústia na garganta se desfazer, nunca vai ser possível se antecipar às aleatoriedades do Deus jogador de The Sims (referência ao grande amigo Gus Ramalho).

E eu odeio não ter controle sobre coisas que me fazem querer pular de uma ponte. E não adianta minha terapeuta ter falado os últimos, sei lá, 8 anos que “as coisas são assim, Alê, tem coisa que a gente não controla mesmo“. Eu sei que a gente não controla uma porrada de coisa, mas caralho e eu faço o que? Morro de gastrite? Grito até ficar rouco? Pulo, finalmente, da ponte? Que saco.

Tá, eu sei, vocês dirão “faz terapia, conversa com um amigo, bebe”. Legal, isso resolve… por um tempo – mas o simples fato de saber que algumas dessas coisas vão voltar a acontecer (porque é isso que a vida é) já faz eu sentir meu estômago virar, a cabeça doer e a garganta fechar.

Mas é isso. No fim das contas eu num quero uma solução, não. Só tou vendo se, ao colocar as coisas pra fora de maneira crua e “pública” e sem pensar no que eu tou escrevendo ajuda.

Veremos.

Abs

PS.: Relaxem, não vou pular de uma ponte.

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