"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Segunda-feira fria. Mente longe de vazia.

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Há uma pressão tão absurda pra que sejamos excelentes e bem-sucedidos em tudo que torna quase impossível lidar com as frustrações que surgem quando, de uma maneira ou de outra, nos arrependemos de alguma decisão.

Eu já escrevi isso aqui outras vezes, de maneira mais ou menos direta, mas eu cresci com uma expectativa altíssima em cima de mim, seja posta por terceiros, seja, posteriormente, absorvidas por mim mesmo. E isso tem, mais do que nunca, sido um adversário formidável nos últimos meses, pra ser honesto. Eu mesmo me coloquei tantos objetivos que não atingi, tantas vontades que não realizei por pura e simples desorganização mental que, hoje, sinto todo esse peso existencial em cima de um corpo e mente cansados.

Vez ou outra eu acordo com um bolo na garganta que não sei o que é, mas podemos chamar de angústia, ansiedade, medo. E nesses dias, num piscar de olhos, é justamente quando começo a me questionar mais intensamente – e, obviamente, a questionar minha decisões, mesmo que elas tenham sido tomadas 20 anos atrás e sejam sobre absolutamente qualquer coisa.

Em 2 meses completo 40 anos – e eu realmente gostaria de estar mais em paz, sentindo que defini um norte verdadeiro quando isso acontecer. Eu realmente sinto que há um limite na minha mente que, se eu já não atingi, estou a alguns poucos metros de atingir.

“Tudo vale a pena se alma não é pequena”, já diz Pessoa. No entanto, não há alma que sustente uma mente esgotada.

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1 Comment

  1. Bia

    De todas as cobranças, a interna é a mais a mais difícil de se desvencilhar. Minha terapeuta fala: “não deixe a velha do 71 que mora aí dentro te vencer, seja mais generosa consigo, pare de se criticar”. Eu acho que ela tem razão, mas é difícil, sabe? Qdo as coisas não saem como queremos, quando remoemos o passado ou questionamos escolhas, sempre parece nossa única culpa, um esforço em vão, lamentamos a perda de tempo, e como isso é cansativo. Não tenho a resposta também, de como ter essa “paz”, mas aprendi a pedir ajuda qdo não consigo, e sempre tento me lembrar que, seja o que for, é efêmero. Tem coisas que não valem nossa atenção, nosso tempo. Tudo passa: as coisas boas, as coisas ruins. É um desafio vencer essa ansiedade, mas não, não dá pra ser super herói todo dia e resolver tudo, a gente precisa aprender isso na marra! Desejo leveza e alívio para o seu cansaço, Alê!

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