Há uma pressão tão absurda pra que sejamos excelentes e bem-sucedidos em tudo que torna quase impossível lidar com as frustrações que surgem quando, de uma maneira ou de outra, nos arrependemos de alguma decisão.
Eu já escrevi isso aqui outras vezes, de maneira mais ou menos direta, mas eu cresci com uma expectativa altíssima em cima de mim, seja posta por terceiros, seja, posteriormente, absorvidas por mim mesmo. E isso tem, mais do que nunca, sido um adversário formidável nos últimos meses, pra ser honesto. Eu mesmo me coloquei tantos objetivos que não atingi, tantas vontades que não realizei por pura e simples desorganização mental que, hoje, sinto todo esse peso existencial em cima de um corpo e mente cansados.
Vez ou outra eu acordo com um bolo na garganta que não sei o que é, mas podemos chamar de angústia, ansiedade, medo. E nesses dias, num piscar de olhos, é justamente quando começo a me questionar mais intensamente – e, obviamente, a questionar minha decisões, mesmo que elas tenham sido tomadas 20 anos atrás e sejam sobre absolutamente qualquer coisa.
Em 2 meses completo 40 anos – e eu realmente gostaria de estar mais em paz, sentindo que defini um norte verdadeiro quando isso acontecer. Eu realmente sinto que há um limite na minha mente que, se eu já não atingi, estou a alguns poucos metros de atingir.
“Tudo vale a pena se alma não é pequena”, já diz Pessoa. No entanto, não há alma que sustente uma mente esgotada.