"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Tag: alezisses (Page 1 of 2)

Segunda-feira fria. Mente longe de vazia.

Compartilhe:

Há uma pressão tão absurda pra que sejamos excelentes e bem-sucedidos em tudo que torna quase impossível lidar com as frustrações que surgem quando, de uma maneira ou de outra, nos arrependemos de alguma decisão.

Eu já escrevi isso aqui outras vezes, de maneira mais ou menos direta, mas eu cresci com uma expectativa altíssima em cima de mim, seja posta por terceiros, seja, posteriormente, absorvidas por mim mesmo. E isso tem, mais do que nunca, sido um adversário formidável nos últimos meses, pra ser honesto. Eu mesmo me coloquei tantos objetivos que não atingi, tantas vontades que não realizei por pura e simples desorganização mental que, hoje, sinto todo esse peso existencial em cima de um corpo e mente cansados.

Vez ou outra eu acordo com um bolo na garganta que não sei o que é, mas podemos chamar de angústia, ansiedade, medo. E nesses dias, num piscar de olhos, é justamente quando começo a me questionar mais intensamente – e, obviamente, a questionar minha decisões, mesmo que elas tenham sido tomadas 20 anos atrás e sejam sobre absolutamente qualquer coisa.

Em 2 meses completo 40 anos – e eu realmente gostaria de estar mais em paz, sentindo que defini um norte verdadeiro quando isso acontecer. Eu realmente sinto que há um limite na minha mente que, se eu já não atingi, estou a alguns poucos metros de atingir.

“Tudo vale a pena se alma não é pequena”, já diz Pessoa. No entanto, não há alma que sustente uma mente esgotada.

1
0

Das duas, uma. Ou as duas. Ou nenhuma.

Compartilhe:

Dia desses eu tava pensando na dificuldade de manter uma rotina aqui e acho que, a princípio, consegui isolar pelo menos dois motivos iniciais:

  1. Sensação de que eu escrevo, compartilho e, virtualmente, ninguém lê (o que me faz me sentir meio idiota)
  2. Dada a minha atual leitura de mundo, há uma chance de 98.7% do que eu escrever aqui ofender alguém que possivelmente vai ler e tá vivendo em Nárnia (ou fingindo que os problemas da sociedade não são com ele)

A segunda razão me importa um pouco menos porque talvez ela, no fim, acabe me ajudando a definir quem eu quero por perto (e, sinceramente, ajudando terceiros a perceber que talvez não me queiram por perto). Mas tenho planos pra voltar nesse tópico em breve.

Já a primeira me pega muito, parte por um narcisismo que levei uns 30 anos pra admitir que eu tenho, parte porque a razão de ser de um texto é ser lido.

Lembro-me, quando eu era jovem e (mais) pedante, no meu primeiro ano de faculdade, de uma discussão a caminho do bar (🤷🏻‍♂️) que tive com um colega de sala (o Cossina, pra quem estudou comigo) em que ele falava justamente sobre um livro que ninguém leu ser inútil, não ser arte; sobre “algo só se tornar arte quando apresentado ao mundo”. Eu, então no auge dos meus 20 anos, bradava que isso não fazia o menor sentido; “que um livro ou quadro que ninguém sabe que existe também é arte”, afinal um coitado pois seu suor e sangue na sua criação!

Olha só como são as coisas.

Vinte anos depois, talvez eu ainda defenda que a arte é arte por si só, mesmo se feita somente pra si mesmo. No entanto, tendo a ser mais flexível e concordar que se algo não é de conhecimento de terceiros, não pode ser apreciado, absorvido, criticado e interpretado não é, per se, arte – é só uma coisa.

Acho que meu ponto é: se vocês lêem as bobagens que eu escrevo aqui e acharem alguma coisa sobre me contem. Ou me xinguem, sei lá.

Eu só quero escrever até o mundo acabar.

E depois.

Hasta pronto.  

6
0

Tudo e nada

Compartilhe:

Esses dias, revirando meus arquivos no Google Drive, achei uma letra de música que escrevi na época da ETE (provavelmente em 2001). Talvez tenha sido o “auge” da minha verborragia progressiva, em que todas as minhas letras (a maioria em inglês) eram propositalmente longas e pretensiosas.

Escrevi muita bobagem, sobretudo quando tentava imitar as bandas que eu gostava ou me aventurar por temáticas que, obviamente, eu não dominava.

Mas havia coisas boas, tipo essa que eu achei. Um tema atual, interessante, longo (9 partes, 7 páginas) que parece ter sido escrito, sei lá, semana passada e que já retratava um Alê que tinha muitas questões pra resolver com um mundo barulhento, cheio de gente e paradoxalmente solitário.

Eu cansei de dizer isso aqui, mas tem um furacão de coisas diariamente nessa cabeça grisalha aqui e eu só queria colocá-las pra fora.

Vai rolar. Sempre rola.

Não desistam de mim.

1
0
« Older posts

© 2025 Alê Flávio

Theme by Anders NorenUp ↑

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com